Despedidas das coisas ruins... Uhuuuuu


“O que dizer da dor que não pode ser dita? Sem causa ou natureza definíveis, sem possibilidade de compreensão? Dor do nada, simplesmente do vazio de existir, indescritível, incomensurável, e que, por isso mesmo, chama em vão a palavra? Como classificar um sentir que não se descola de quem o sente? Como generalizar a dor de ser que constitui e singulariza? Mas, verdade seja dita, estamos vivendo a democratização da tristeza em sua dimensão mais aguda. Não é mais uma forma de situar-se no mundo, porém uma característica do homem da atualidade. Globaliza-se um estado d’alma. A depressão é o mal do século.” ( Depressão e Melancolia – Urânia Tourinho Peres)


Eu não sou uma pessoa absolutamente depressiva. Não vivo nas trevas e sei muito bem o que me faz feliz. Mas é inevitável que em muitos momentos tenhamos pensamentos derrotistas, ainda mais quando convivemos durante muito tempo com a presença de um determinado sofrimento ou quando carregamos traumas desconhecidos.Certas coisas vêm a nossa mente de maneira incontrolada. Ou vai me dizer que você controla todos os seus pensamentos? Pois bem, eu ainda não obtive todo esse controle.Mas na verdade, o que me incomoda mesmo, é gente que foge de quem sofre. Para mim, quem se afasta do sofrimento dos outros, é fraco. Claro que há um limite para isso. À medida que o sofrimento do outro passa a atingir a pessoa de uma maneira muito ruim, talvez um breve afastamento pode ser necessário. Mas abandonar alguém porque não consegue lidar com maus momentos, é fraqueza sim. Relacionamentos como namoros, amizades e relações entre familiares, não serve apenas para termos momentos de alegria. A gente gosta de uma pessoa pelo conjunto todo que ela é, e mesmo que ela pense diferente, a gente aceita, ama, compreende. Lógico, o melhor sempre é ficar feliz, sorrir. Mas às vezes essas expressões de felicidade podem ser apenas superficiais e não revelam os sentimentos principais. Talvez, chorar, seja bom. Limpa a alma.Eu não estou pedindo ajuda para ninguém. Mas já pedi, muitas vezes. Porém percebi que não vale a pena. As pessoas não estão receptivas aos problemas do próximo. Por isso, esse post é uma despedida das minhas palavras derrotistas. Não falarei mais sobre as coisas ruins que eu sinto, nem se você perguntar. Primeiro, porque não quero atingir as pessoas que eu amo com coisas ruins. Segundo, porque não adianta para nada. Terceiro, e o mais importante, porque eu não vou mais pensar dessa forma.

Ingrid Scherdien