De que cor é a sua vida?


Vilma Galvão


Azul como o mar e o céu...

Amarelo como o sol e o ouro...

Verde como as plantas na natureza...

Vermelho como o fogo e o rubi...

Branco como as nuvens...

Cinza como um céu chuvoso...

Preto como uma escuridão...

Marrom como a terra...

Transparente como a água...

Que cor é a sua vida?

Você talvez não saiba,

Mas a sua vida tem uma coré a cor mais linda do mundo...

uma cor que não desbota com o tempo,

uma cor que reluz em todos os tonse que todos notam quando você está feliz.

Você já viu a cor da sua vida?

Não?

A sua vida tem a cor que você pinta...

Tem a cor que você quiser,

só depende de você!

Por isso,

Pinte sua vida!

De azul, de amarelo, de vermelho, de branco, de marrom, de preto, ou transparente.

Não importa a cor,

Use quantas cores você desejar,

deixe sua vida colorida sua felicidade estará ainda mais notada,

Seu brilho aumentará,

E quando alguém olhar para você:

verá que a sua vida é maravilhosa!

Pinte sua vida...

De todas as cores,

Depois olhe o seu semblante,

e veja como ele ficou ainda mais radiante...

ainda mais lindo!

O que mais você quer?


Nada é tão comum quanto resumirmos a vida de outra pessoa e achar que ela não pode querer mais. Fulana é linda, jovem e tem um corpaço, o que mais ela quer?Sicrana ganha rios de dinheiro, é valorizada no trabalho e vive viajando, o que é que lhe falta?É quase um pecado confessar: Sim, quero mais. Quero não ter nenhuma condescendência com o tédio, não ser forçada a aceitá-lo na minha rotina como um inquilino inevitável. A cada manhã, exijo ao menos a expectativa de uma surpresa, quer ela aconteça ou não. Expectativa, por si só, já é um entusiasmo!Quero que o fato de ter uma vida prática e sensata não me roube o direito ao devaneio. Que eu nunca aceite a idéia de que a maturidade exige um certo conformismo.Que eu não tenha medo nem vergonha de ainda desejar!Quero uma primeira vez outra vez- um primeiro beijo em alguém que ainda não conheço, uma primeira caminhada por uma nova cidade, uma primeira estréia em algo que nunca fiz, quero seguir desfazendo as virgindades que ainda carrego, quero ter sensações inéditas até o fim dos meus dias.Quero ventilação, não morrer um pouquinho a cada dia sufocada em obrigações e em exigências de ser a melhor mãe do mundo, a melhor esposa do mundo, a melhor qualquer coisa.Gostaria de me reconciliar com meus defeitos e fraquezas, arejar minha biografia, deixar que vazem algumas idéias minhas que não são muito abençoáveis.Queria não sentir tão responsável sobre o que acontece ao meu redor. Compreender e aceitar que não tenho controle nenhum sobre as emoções dos outros, sobre suas escolhas, sobre as coisas que dão errado e também sobre as que dão certo. Me permitir ser um pouco insignificante!E na minha insignificância, poder acordar um dia mais tarde sem dar explicação, conversar com estranhos, me divertir, fazendo coisas que nunca imaginei, deixar de ser tão misteriosa prá mim mesma, me conectar com as minhas outras possibilidades de existir. O que eu quero mais?Me escutar e obedecer o meu lado mais transgressor, menos comportadinho menos refém de reuniões familiares, maridos e filhos e bolos de aniversário e despertadores na segunda-feira de manhã.E quero mais tempo livre. E mais abraços. E receber mais flores.Pois é, ninguém está satisfeito. Ainda bem!

(Por Martha Medeiros)

O Sentido da Vida (Martha Medeiros)


Não é nenhuma novidade que dinheiro, viagens, status, beleza e outras coisinhas mundanas são sonhos de consumo de muita gente, mas não dão sentido à vida de ninguém. A única coisa que justifica nossa existência são as relações que a gente constrói. Só os afetos é que compensam a gente percorrer uma vida inteira sem saber de onde viemos e para onde vamos. Diante da pergunta enigmática - por que estamos aqui? - só nos consola uma resposta: para dar e receber abraços, apoio, cumplicidade, para nos reconhecermos um no outro, para repartir nossas angústias, sonhos, delírios. Para amar, resumindo.Piegas? Depende de como essa história é contada. Se for através de um filme inteligente, sarcástico, tragicômico como Invasões Bárbaras, o piegas passa à condição de arte. O filme é uma espécie de continuação de O Declínio do Império Americano. Naquele, um grupo de amigos se encontrava numa casa à beira de um lago e discutia sobre vida, morte, sexo, política, filosofia. Em Invasões Bárbaras, estes mesmos amigos, quase 20 anos depois, se reencontram por causa da doença de um deles, que está com os dias contados. Descobrem que muitos dos seus ideais não vingaram, que muita coisa não saiu como o planejado, só o que sobrou mesmo foi a amizade entre eles. E a gente se pergunta: há algo mais nesta vida pra sobrar? Quando chegar a nossa hora, o que realmente terá valido a pena? Os rostos, risadas, mulheres, decotes, pernas, beijos, confidências e olhares que nos fizeram felizes por variados instantes de sexo, que não preenchiam o vazio da alma.Mas, Pais e filhos, maridos e esposas, amigos: são eles que sustentam a nossa aparente normalidade, são eles que estimulam a nossa funcionalidade social. Se não for por eles, se não houver um passado e um presente para com eles compartilhar, com que identidade continuaremos em frente, que história teremos para carregar, quem testemunhará que aqui estivemos? Só quem nos conhece a fundo pode compreender o que nos revira por dentro, qual foi o trajeto percorrido para chegarmos neste exato ponto em que estamos, neste estágio de assombro ou alegria ou desespero ou seja lá em que pé estão as coisas pra você. Se não nos decifraram, se não permitimos que aplicassem um raio x na gente, então não existimos, o sentido da vida foi nenhum. Todas as pessoas querem deixar alguns vestígios para a posteridade. Deixar alguma marca. É a velha história do livro, do filho e da árvore, o trio que supostamente nos imortaliza. Filhos somem no mundo, árvores são cortadas, livros mofam em sebos. A única coisa que nos imortaliza - mesmo - é a memória daqueles que nos amaram e foram fiéis.

Aquilo menos tudo (#PauAmigo)


Essa mulher é cômica demais: Tati Bernardi!!!!




A gente abusa das mãos dadas no cinema, ainda mais quando chove ou faz frio. O ombro dele é meu, o meu é dele, e tudo vai bem assim já há uns bons meses. Ele faz coisas que eu curto, tipo não me deixar dirigir, enfiar o cartão na carteirinha de couro sem nem me deixar ver a conta e imitar minha compulsão pela minha franja. Eu faço coisas que ele gosta, tipo carinho na perna, servir mais vinho quando o garçom some e ficar que nem monga alongando enquanto ele corre e paquera peruas acéfalas no parque. E nada disso me enlouquece, considerando que tem semanas que ele some e eu nem mesmo percebo. Quer dizer, perceber eu percebo, mas não chego a sofrer por isso. Talvez um pouquinho, mas um pouquinho eu já sofro só de fazer a troca de ar dentro das minhas narinas. O fato é: nada até aqui é culpa ou desleixo ou abuso dele e isso possibilita nosso lindo e calmo relacionamento sem pau. Algumas mulheres acreditam no sexo com o pau amigo, o homem limpinho que aparece de vez em quando só pra dar uma comidinha e tchau. Eu acredito no sexo com o amigo sem pau. O homem que aparece de vez em quando e te busca em casa, abre a porta do carro, elogia sua roupa, escolhe os melhores ingressos, faz você morrer de rir, conversa sobre tudo, dá conselhos, cuida de você, sobe com você até seu apartamento, curte um som, dorme de conchinha, te abraça forte e…vai embora. Isso sim é dar uma, ao meu ver. O trepar e jogar fora da mulher é se sentir amada sem ter que dar. Pau nunca pode ser amigo, pense bem. Experimente encontrar, sem querer, seu pau amigo num jantar romântico com uma mulher. Você não gosta do cara, não quer namorar o cara, ele é mala, burro, ele é só um pau. Você só usa o cara e está super segura nesse papel. Mas só porque você e ele, juntos, dividiram um pau, algo dentro de você, ainda que pequeno (pois é) quer ir até a mesa do fulano e fazer um escândalo: ahhhhhh me comeu e agora tá com outraaaaaaaa! Como assiiiiiiim seu desgraçaaaadoooo! Se bobear dá até pra chorar de rímel borrado achando que é amor. Mulher e pau não são compatíveis. Homem é a melhor companhia do mundo, acreditem, mas o pau dele não. Pau é a desgraça humana. É o elemento descentralizador do controle da alma. É o conflito personificado numa espada de guerra. É o fim de tudo. Pau amigo é coisa de sapatona. Enfim, mas voltando ao meu melhor amigo. Esse ser maravilhoso que mexe no meu cabelo, e paga tudo, e me elogia, e me abraça, e me aperta e vem aqui em casa sempre tão perfumado e tomamos vinho e falamos de tudo e...simplesmente não rola pau… ahhh... eu acho que vou matar esse idiota.